quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Continuação da análise crítica de Maria Alzenir.

No recém-fundado Território do Acre, todos os que ousassem questionar a organização política, administrativa e judiciária implantada pelo governo federal eram punidos com severidade, nem mesmo os coronéis escapavam às punições. Exemplo disso foram as prisões dos coronéis José Galdino de Assis Marinho (homem de confiança de Plácido de castro no Alto Acre, Manuel Leopoldino Pereira Leitão Cacela (fundador e redator do jornal Correio do Acre) e o major Antônio Lucatele Doria, que foram presos em 1906 sob a acusação de defenderem a idéia da anexação do Acre ao Estado do Amazonas (Costa, F, 2005, p.43).
Em meio ao contexto turbulento do Acre pós-revolucionário, em que até mesmo alguns dos companheiros de Plácido de Castro puseram-se contra ele, aderindo às forças federais em troca de nomeações, diz o cronista/narrador que: “Um deles, apenas, conservava-se, não se abatia; era como que o equilíbrio em meio de tão amarga fase; entretanto, tombou ao frio sopro da morte, por mão assassina”. Este “um”, mesmo não nominado pelo autor do texto, pode ser atribuído a Plácido de Castro, pessoa a quem até mesmo o Juiz de Direito da Comarca do Alto Acre, João Rodrigo Lago, dirigiu-se por meio de carta para pedir-lhe que empregasse o prestígio e a influência que dispunha junto à população para “fazer voltarem a paz e a tranqüilidade ao espírito público”, conforme documento transcrito por Cláudio de Araújo Lima na obra biográfica Plácido de Castro: um caudilho contra o imperialismo (1973).
Após o assassinato de Plácido de Castro, ao que sugere o cronista Justulo, o estado de caos intensificou-se quando os ex-companheiros de batalha, acusados de traição ficaram: confundidos, atrapalhados, numa verdadeira Babel, choravam, brotando lagrimas de remorso que rolavam queimando a face dos ambiciosos, dos traidores, dos assassinos, deixando-lhes os cérebros em fogo, até que eles caíram prostrados. Depois, viam numa espécie de delírio infrene, perpassarem diante dos olhos esfogueados com desvairado olhar, horríveis visões, e sucumbiu num pesadelo terrível a lamentarem numa inconsciência de louco:
— Oh! Pior sem Ele! (Jornal Correio do Acre, 1911).
A alusão ao texto bíblico de Gênesis, que trata do projeto ambicioso da construção de uma torre em Babel, capital da Babilônia, na planície de Sinear, onde havia a confluência de povos oriundos de diversas nações, tal qual ocorria no Acre explorado por migrantes. Os povos de Babel formaram uma nação próspera pela força do trabalho e por falarem a mesma língua, mas devido às pretensões dos que se colocam em posição de deuses, culminou na confusão das línguas e na dispersão dos habitantes do lugar que não conseguiam entender uns aos outros. A analogia ao episódio de Babel sugere que a ambição dos que queriam a ascensão e glória, acima daquele a quem era devido por ter libertado o Acre do jugo estrangeiro, foi causa da confusão que passou a reinar no Território após o assassinato de seu líder maior. Fonte: Álbum do Rio Acre (organizado por Emílio Falcão Menezes, vogal nomeado para o conselho municipal de Xapuri em 09-05-1913).

6 comentários:

Eduardo Dias Justa Pereira Bastos disse...

Olá, primo.

Meu nome é Eduardo Dias Justa Pereira Bastos. Sou neto de Arnaldo Guerra Justa, que por sua vez era filho de Henrique Theophilo da Justa e Porfíria Guerra. Sou Técnico em Mecânica, Engeneiro Mecânico e em vias de terminar meu Mestrado em Engenharia Mecânica e Tecnologia de Meteriais.
Infelizmente, meu avô faleceu quando eu ainda era muito pequeno para poder lhe perguntar sobre nossa família, mas tive com ele tempo suficiente para vislumbrar o que é ser um Justa. Quem com ele conviveu o descreve como um homem austero, firme, de uma só palavra e totalmente voltado para sua família e seu ofício (mecânico chefe da Cruzeiro do Sul). Um nordestino de valor, e cuja imagem me serve de modelo.

Brenda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Olá, minha avó é Marly Martins da Justa e Sousa, neta de Eurides Teophilo da Justa casado com Maria Ester Martins Texeira da Justa e irmão do médico Antônio Justa e Otávio Justa. Somos do Ceará.

Tenho muita vontade de fazer um documentário com minha avó. Acho que é uma família pequena e cheia de prodigios.

Muito legal a ideia do blog.

Sheyla Castelo Branco

Jornalista e fotógrafa

Oscar Silbiger disse...

Olá, tudo bem?
Tenho uma proposta para você que faz árvore genealógica.
Sou escritor com 37 anos de experiência retratando trajetórias pessoais, familiares e corporativas que não merecem ser apagadas gradativamente pela ação do tempo.
Acredito que algumas pessoas que fizeram árvore genealógica poderão se interessar em ter um livro da sua história, reunindo textos e imagens. A árvore, inclusive, servirá como guia cronológico preliminar para desenvolver o conteúdo da obra.
Se surgir algum trabalho para alguém nesse sentido, darei uma comissão de 35%, se você passar as informações para elaboração do livro (darei toda orientação necessária).
Sugiro que faça uma consulta para quem elaborou a árvore se teria interesse num livro da sua história pessoal, familiar ou profissional (corporativa). Assim poderá preservar detalhes vividos da melhor forma, evitando que sejam apagados gradativamente pela ação do tempo, sendo referência para todas as gerações.
Se a resposta for positiva, posso fornecer mais detalhes das 16 etapas que serão cumpridas (como planejamento, entrevistas, produção de textos, projeto gráfico, diagramação, capa, revisão etc.).
O custo para fazer o conteúdo do livro vai de R$ 4.540,00 (40 páginas) a R$ 14.540,00 (150 páginas) e você terá 35% desse valor conforme já mencionei.
Para conhecer o meu histórico, acesse este link http://www.recantodasletras.com.br/autores/oscarsilbiger
Estou à disposição para mais informações.
Abraços, obrigado e até breve!
Oscar Silbiger / Diretor
Rua Joaquim Pinto de Moraes, 271 – sala 17
13092-370 Campinas / SP
Tel.: (19) 99217-7849 WhatsApp
E-mail: diretoria@vidaescrita.com.br
Skype: oscar.silbiger
www.vidaescrita.com.br

Unknown disse...

O PAI DO MEU AVÔ JOSÉ RAMOS DA JUSTA SE CHAMAVA EURIDES THEOFILO DA JUSTA E ERA DA PARAIBA. EU MORO EM CARUARU PE MEU NUMERO DE 81 992191807 JONES XAVIER DA JUSTA SOU MILITAR NA PMAL

Anônimo disse...

Olá, ainda ativo esse blog?
Me chamo Estela e tenho interesse na árvore genealógica da família da justa.
Minha bisavó Isabel da Justa Fontes, casada com Otávio Ribeiro Fontes.