quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Os escritos de JUSTO no jornal do Acre.

Atribui-se a Justo Gonçalves da Justa o pseudônimo “Justulo” que assinou o soneto “Do Além Túmulo”, (transcrito abaixo) de 11 de agosto de 1910, data que marca o aniversário de dois anos do assassinato do Coronel Plácido de Castro.
“Do além túmulo”
O’ tu pérfida mão que a mim feriste,
Na bruta mata proditoriamente,
A forte vida de meu peito ardente
Em tão nefando crime exauriste!

Jactancioso, entre o povo que aqui existe,
Gozas, com ele, a vida impunemente.
E estreita à sua a tua mão inocente,
Como a mim, tu, a minha já cingiste.

De além túmulo, ouve, te malsino –
Uma voz a clamar sempre: ASSASSINO!
Sou eu que te maldigo e que lastimo

O povo que maldito sevo abriga,
Pois seres como tu segregam limo
Que alimenta a perfídia e gera intriga.

Esse soneto foi publicado no jornal Correio de Acre, de 25 de setembro de 1910, e se refere à morte de um herói assassinado traiçoeiramente, numa alusão ao amigo e companheiro de combate Plácido de Castro, que morreu em uma emboscada preparada por seus ex-partidários, entre os quais, cita-se o Coronel Antônio Antunes Alencar. Interessante observar a forma culta como JUSTO escreve. Conclui-se, portanto, que o mesmo teve acesso a uma formação diferenciada e que talvez tivesse sido desenvolvida fora do Brasil. Fato este muito comum naquela época.

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